quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Eu Sou!

Eu sou aquele menino solitário...

Eu sou aquele menino tímido...

Eu sou aquele menino que se encanta com música, teatro e cinema...

Eu sou aquele menino pequeno, o menor da sala e da escola...

Eu sou aquele pequeno menino que gostavam de bater e de perseguir...

Eu sou aquele menino carente sedento de atenção...

Eu sou aquele menino triste de receber comparação...

Eu sou aquele menino que ama carinho e afeição...

Eu sou aquele menino que se deslumbra com a natureza e os bichos...

Eu sou aquele menino que adora levar flores para sua amada mãe...

Eu sou aquele menino que gosta muito de conversar ou simplesmente ouvir o conversar...

Eu sou aquele menino que sonha conhecer lugares como um desbravador...

Eu sou aquele menino que acorda mal humorado e nervoso em alguns dias...

Eu sou aquele menino que gosta de futebol e torce pelo time do coração...

Eu sou aquele menino que admira fotografia e se atreve em fazê-las...

Eu sou aquele menino que gosta de ler e de curioso se expressa no escrever...

Eu sou aquele menino que sente saudade de pessoas e lugares que passaram em sua vida...

Eu sou aquele menino que acredita em muitas coisas tanto quanto tem duvidas em outras coisas...

Eu sou aquele menino que se apega fácil as pessoas...

Eu sou aquele menino que...

Eu sou aquele menino... às vezes eu ainda sou aquele menino!

por Leonardo Felipe



quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Zaque - Antes e Depois do Reino de Deus


por: Rev. Labieno Palmeira
Zaqueu, antes do reino de Deus:
ü Um homem trabalhador que tira vantagens enquanto trabalha!
ü Um cidadão que se preocupa consigo e com seu próprio patrimônio!
ü Um individuo que dominava as pessoas e as usavam em seu próprio beneficio!
ü Um ser humano com posses, com trabalho, com propriedades e patrimônios! Prospero mas com sentimentos de um existencialismo vazio e anelando algo que as suas posses não conseguiam comprar!
ü Um senhor rico de tudo e manipulador de pessoas, mas cativo de suas próprias riquezas e de uma consciência minada pelas lembranças de pessoas que sofriam por sua causa!
ü Uma pessoa confusa, sem norte e sem sul, e completamente dependente do oportunismo de um ganho fácil e rápido para se manter socialmente numa posição de destaque! Uma vida pseudo-social e pseudo-estabilizada!
ü Um contador e um catalisador de riquezas e valores! Especialista em finanças e totalmente ignorante em se tratando de riquezas e valores humanos!
ü Este homem antes do reino é como qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo e de qualquer cultura! Ele expressa e explicita o que todos são e fazem! São pessoas que dominam pessoas e sujeitam-nas  às suas ambições, seguindo assim, às vãs filosofias que ensinam: Alguns nascem para dominar e outros nascem para serem dominados!
ü Zaqueu antes do reino se parece com pessoas que estão dentro e fora da Igreja e da religiosidade. Acha-se deste estereótipo zaqueano em casas, clãs, tribos, etnias, nações, governos, impérios, partidos políticos, religiões, empresas, ricos e pobres.
ü Sem o reino de Deus os “zaqueus” se propagam e se configuram dia a dia em toda e qualquer pessoa, e isso, de um modo confortável e do tamanho exato de cada pessoa! Lembrando que há produtos inflamáveis espiritualmente (pecados) e socialmente (injustiças sociais e desigualdades integrais) que alimentam com muito mais força estes zaqueus que estão presentes como labaredas em tantas pessoas! O fogo se alastra!
ü Gente sem a Basiléia (reino) de Deus é gente vulnerável! Vulnerável porque pensam que são donas de alguma riqueza! Sentem-se detentoras de algum poder sobre outras pessoas, um destes poderes que mais corrompem as pessoas, acima do poder financeiro, é o poder do SABER – CONHECIMENTO. Quando alguém sabe se utilizar deste poder ele se torna rico e prospero em todas as áreas! Muitos se estribam neste poder para dominar e sujeitar o próximo!
ü Zaqueu fora do reino fica fora também da sanidade e da lucidez social, espiritual, econômica, religiosa e humana!
ü Zaqueu sem reino é Zaqueu sem causa!
ü Povo sem reino de Deus é povo que excede no ganhar, no extorquir, no acumular, no ultrapassar os limites de tudo aquilo que é humano (porque Deus criou o ser humano). O ser desumano é criação do próprio homem na sua queda em associação com o Diabo e as suas hostes espirituais do mal. Sem o reino de Deus o ser desumano desumaniza-se cada vez mais! E a figura do Zaqueu sem Reino mostra esta desumanização de uma forma muito clara!
Zaqueu, depois do reino de Deus:
`  Volta à condição humana! Volta ao plano original de Genesis 1,2 e 3! Volta a ser regente do reino de Deus entendendo a sua missão de governar, sujeitar, guardar, cultivar e dominar sobre tudo o que foi criado por Deus! Aprende que esta regência não inclui o seu semelhante, compreende que o ser humano é regente como ele, portanto, ser humano não domina e nem sujeita ser humano!
`  Transforma sua cidadania desumana em cidadania humana!
`  Interage socialmente como sendo um individuo que precisa do ALTER (outro social) para fazer com que a sociedade entenda o “contrato social” que todos legitimaram não como um contrato de poder e força política com deveres e direitos, mas, como um contrato onde o maior é aquele que serve e mais bem aventurado é dar do que receber!
`  A vida dentro do reino que Zaqueu experimenta é aquela que faz com que O OUTRO (Jesus) entre na sua casa e dite os valores do reino e as suas prioridades! E o desumano Zaqueu se deixa ser humano e sai da sua casa amando gente e servindo gente!
`  Zaqueu depois do Reino é alguém que se deixou mudar por um nazareno e Galileu que não tinha nem ouro e nem prata! Deixou-se levar por alguém que era pobre e não podia ser extorquido por Zaqueu porque ele (Jesus) não tinha aonde repousar sua cabeça!
`  A Basiléia (reino) dentro de Zaqueu e Zaqueu dentro da Basiléia se fundem no ser humano de tal forma que a partir de agora, este Zaqueu, se torna e se entende como nova criatura, novo ser, novo humano, e este, entende gente, ama gente, cuida de gente, serve gente, edifica gente, se dá por gente, não sujeita os outros a si, mas se sujeita aos outros!
`  Este homem depois do reino poderia ter devolvido apenas aquilo que tirou ilegalmente das pessoas. Mas, o efeito do reino em sua vida é tão intenso e profundo, que ele decide devolver mais do que era necessário, ele excede!
`  Zaqueu não pensou na estabilidade de si e da sua casa, antes disso, para ele é mais prazeroso e louvável ser instrumento de Deus para edificar a casa do outro!
`  Tem o caráter diametralmente oposto aos valores morais do reino deste mundo! É gente  que contradiz o mundo! É crente que contradiz a crendice! É cristão que contradiz a cristandade!
`  Passa a romper com a rede “normal” das forças e poderes que estragam a humanidade e a espiritualidade sobre a terra! Zaqueu rompe com o sistema! Zaqueu estanca a hemorragia da corrupção que insistia em vazar e enfraquecer lares e famílias inteiras! Zaqueu comprovou e legitimou o ensino de Jesus Cristo quando disse que ninguém pode servir a dois senhores, portanto, Zaqueu se aborreceu do reino deste mundo e decidiu ser levado para o reino do filho do amor de Deus!
`  O Zaqueu do reino de Deus entendeu que na economia deste reino o dinheiro não pode dominar ninguém! No reino de Deus a regência sobre o dinheiro não é obte-lo das pessoas, ao contrario disso, é entregá-lo em amor e liberalidade aos outros! Simplesmente pratica o ensino do reino dado por Jesus que disse: Quando emprestar dinheiro não empresta a quem você sabe que pode te restituir e te devolver! Que mérito teria em você fazer isso e desta forma? Faça o seguinte: Empreste a quem você sabe que não tem condições alguma de pagá-lo e devolver! Pois quem está no reino entende que todo o dinheiro que possui não pertence a si, é simplesmente um dinheiro que pertence ao Rei e por isso se Ele disse que é para emprestar a quem não pode devolver então Ele é o único responsável pelo dinheiro. O regente no reino simplesmente obedece!
`  No reino de Deus Zaqueu tem causa! A causa não é voltada pra si e não tem o “eu” em primeiro lugar e não existe o pronome possessivo “meu”! Quem tem causa no reino de Deus entende que os pronomes de qualquer causa de um regente do reino são: “tu e teu”! A causa é para o outro!
`  O Zaqueu antes do Reino se achava rei! O Zaqueu depois do reino se vê como regente do Rei! Como rei ele errou tudo, mas como regente ele acerta e glorifica a Deus!
Queridos irmãos e irmãs em Cristo, tenho aprendido algo nestes últimos dias que me conforta o coração!
Tenho oxigenado minha vida com o fato de que há pessoas maravilhosas que Deus coloca em nossas vidas para nos afinar, aprimorar, moldar, quebrantar, amadurecer e fazer-nos abundantes em frutos! Tem pessoas que são colocadas em nossas vidas por alguns pequenos momentos e por algumas variadas circunstancias, mas, logo nos distanciamos delas! Existem outras que na realidade nunca estiveram verdadeiramente conosco, estavam próximas e até fomos abençoados por elas, mas descobrimos depois que elas não estavam com a gente, elas estavam com algo em que a gente estava envolvido. No instante em que deixamos aquilo que estávamos envolvidos e era o nosso ponto comum, elas nos deixaram. Preferiram ficar com aquilo que nos eram comuns do que ficarem conosco! Aprendemos com todos e precisamos apreciar a todos!
As pessoas são bênçãos de Deus para nossas vidas!
Tenho aprendido que não importa quem está conosco, quem não está conosco, quem nos abençoa ou quem retém a benção ou desvia a benção de nossas vidas, não importa a relação que temos com toda e qualquer pessoa, o que realmente interessa é que todas elas são trazidas por Deus às nossas vidas para transformarmos tudo o que pode acontecer entre nós em glória a Deus e em bem estar e edificação para nossas vidas!
Aproveito para dizer a você que recebeu esta carta que você é um maravilhoso recurso didático de Deus para minha vida! Digo isso a todos os que me amam, a todos que me odeiam, a todos que me abençoaram e a todos que impediram as bênçãos que Deus colocou em suas mãos para que chegassem a mim, aos meus filhos, à minha casa, ao Pronasce e ao nosso ministério!
A historia de Zaqueu antes e depois do reino tem falado ao meu coração, pois vejo que podemos aprender com os dois Zaqueus! Todos nós temos uma identificação de berço e de historia com o primeiro Zaqueu!(O Salmo 51 confirma isso). Mas, graças a Deus, as pessoas mudam, Deus gera novas criaturas, e podemos melhorar, podemos interagir com pessoas maravilhosas, sendo, por meio delas, aperfeiçoados até chegarmos à estatura do varão perfeito que é Cristo Jesus, pois Ele, lidou o tempo todo  com pessoas maravilhosas! Pessoas que o amaram e o traíram!
Eu oro: SENHOR ME FAÇA VER EM TODOS OS HOMENS E EM TODAS AS PESSOAS DA TERRA A MARAVILHA QUE ELAS SÃO DIANTE DO TEU REINO! SENHOR TIRA DE MIM OS OLHOS QUE NÃO CONSEGUEM VER MARAVILHAS NAS VIDAS DOS OUTROS, NÃO IMPORTA O QUE ELES SÃO E NEM O QUE ELES FAÇAM OU DEIXEM DE FAZER! SENHOR OBRIGADO POR ME DAR O PRIVILEGIO DE CONVIVER COM GENTE! OBRIGADO POR ME USAR PARA SER EU A MARAVILHA DE TANTAS OUTRAS PESSOAS! ERRANDO OU ACERTANDO NA CONCEPÇAO DELAS EM RELAÇAO A MIM, EU TE LOUVO! PORQUE QUANDO EU ERRO NA CONCEPÇAO DELAS ESTES MEUS ERROS SÃO ENSINOS PARA SUAS VIDAS! ASSIM COMO SÃO OS ERROS DELAS NA MINHA CONCEPÇAO PARA A MINHA PESSOA! EM NOME DE JESUS, O MARAVILHOSO POR EXCELENCIA! AMEM!
Deus abençoe a todos os maravilhosos Zaqueus! Sem nos importarmos se estão dentro ou fora do reino!
Um osculo santo de alguém que se oxigena com gente!
Pelo nazareno,

O amor prova a espiritualidade e conduz à missão



por: Ronaldo Lidório

Nestes dias tenho pensado sobre os essenciais do cristianismo. Estou convicto que os periféricos da vida e ministério podem facilmente nos desviar de praticarmos um cristianismo bíblico e simples, fazendo com que nossa atenção, energias, dons e relacionamentos se desgastem nas notas de rodapé de uma religiosidade quase vazia. Há diversos essenciais na vida cristã. Um deles é o amor.

Preocupo-me quando apregoamos uma verdadeira espiritualidade, mas não amamos. Preocupo-me quando a Igreja não consegue chorar com os que choram ou quando nossos relacionamentos vão se tornando cada vez menos sinceros e mais utilitários. Preocupo-me quando o mundo trata o caído com mais graça e misericórdia do que o povo de Deus. Preocupo-me quando a Igreja passa a definir sua experiência de fé a partir de seus ajuntamentos solenes e não dos seus relacionamentos diários. Preocupo-me quando não amamos.

Ao escrever a Primeira Carta aos Coríntios, Paulo reserva os capítulos 12 e 14 para expor sobre os dons espirituais, pois é um assunto de relevância e necessidade. Entre os dois capítulos sobre dons espirituais Paulo enxerta um dos textos mais definidores da nossa fé -- o capítulo 13 --, que nos apresenta a centralidade do amor na vivência cristã. Ele nos mostra a possibilidade de sermos uma Igreja com aparência, forma e discurso espiritual, mas de fato carnal; com a presença de dons espirituais, mas sem o essencial do cristianismo. A mensagem nesse capítulo é clara: o amor é superior aos dons.

Sempre leio com temor os três primeiros versículos deste capítulo, pois confrontam minha vida ao afirmar que, mesmo que tivermos dons espirituais, tamanha fé ou praticarmos toda sorte de ações sociais, sem amor nada haverá que, no fim, possa ser aproveitado. Nem sermões bem preparados ou liturgias cúlticas. Nem ações missionárias ou grandes projetos sociais para ajudar o necessitado. O amor, aqui exposto, não é apenas superior aos dons, mas também um marcador de nossa identidade cristã. Somos dele quando buscamos amar.

Isto significa que minha vida em Cristo não pode ser definida puramente pelos dogmas que entendo e aceito nem pelas experiências de espiritualidade que vivencio. Sem amor serão vazios de significado. Minha vida em Cristo é definida pela presença do amor que não apenas é essencial, mas também automanifesto. Para nosso temor e tremor, o Espírito descreve neste capítulo que o amor é perceptível, ou seja, ele deixa marcas. O amor é prático, notável e visível. Ele é “paciente”, esperando pela hora oportuna para o outro. É “benigno”, fazendo com que a dor do vizinho seja também a nossa. Não “arde em ciúmes”, portanto evita comparações e se nega a criticar o próximo. Torna-se, assim, impossível amar sem que as marcas do amor sejam vistas pelos que passam pela mesma estrada que nós.

Precisamos amar o próximo o mínimo para não criticá-lo. Este próximo, o “outro”, diferente de nós, é nossa base de testes, o cenário onde devemos aprender a praticar o ato mais sublime que vem do Pai, e somente dele.

Tenho percebido que o amor prova a espiritualidade. Somos naturalmente seres construtores de máscaras, que tendem a esconder aquilo que é carnal e vergonhoso. Assim, usando máscaras bem elaboradas, podemos falar sobre fé sem de fato crer; pregar contra o pecado sem intimamente repudiá-lo; expor sobre o amor e na manhã seguinte prejudicar o irmão. Um mecanismo que claramente prova nossa espiritualidade são os atos de amor.

O oposto do amor também é evidente. Gera tolerância com nossas próprias limitações e fraquezas, e intolerância com o próximo. Dessa forma, se alguém conversa com formalidade, é antipático; se nós o fazemos, somos respeitosos. Se alguém brada ao pregar, está sendo artificial; se nós bradamos, é sinal de espiritualidade. Se alguém não faz, é preguiçoso; se nós não fazemos, somos ocupados. Se alguém contrai uma dívida, é irresponsável; se nós nos endividamos, é porque recebemos pouco. Se alguém discorda, é soberbo; se nós discordamos, somos criteriosos. Se alguém critica, o faz por estar tomado de inveja ou ciúmes; se nós criticamos, estamos sendo zelosos. Se alguém repete um sermão, está sendo desleixado; se nós o fazemos, Deus quer falar novamente ao seu povo. Se alguém erra, era de se esperar; se nós erramos, errar é humano. Se alguém cai, suas atitudes carnais já indicavam isto; se nós caímos, o inimigo preparou-nos uma armadilha. Se alguém brinca, está sendo mundano; se nós brincamos, somos informais. Se alguém ofende no falar, é descontrolado; se nós o fazemos, somos sinceros. Sim, a ausência de amor falsifica a vida cristã e um dos sinais é a grave intolerância com o próximo e a permissividade conosco.

Em 1 Coríntios 13, do versículo 9 em diante, vemos que o amor é um aprendizado. Eu era menino e agora sou homem; via de forma obscura, agora vejo claramente. Ou seja, amar é um processo, uma caminhada. Não nascemos amando.

Para amarmos devemos pedir que Deus nos ajude. No Salmo 119 o salmista afirma que andará nos caminhos do Senhor quando ele “dilatar” o seu coração. Precisamos de corações dilatados, abertos, prontos para amar. Peçamos ao Pai, pensando nos cenários diários de nossas vidas: “Ensina-me a amar”. Para investirmos na jornada do amor é preciso nos desapegar daquilo que é incompatível com o amor. John Edwards, em seu livro “Afeto Religioso”, fala sobre a incompatibilidade do amor com as palavras de agressão. Devemos nos desapegar daquilo que pretere e cerceia o amor em nossa vida. Jamais amaremos enquanto nossa agenda diária estiver repleta de competitividade, ciúme, falso zelo, comparações desnecessárias, soberba e agressão.

O amor também nos conduz à missão. Certamente, somos todos capazes de apregoar os fundamentos da missão e expor com clareza o conceito de sua integralidade. Porém, sem amar, continuaremos passando ao largo do caído ao longo do caminho, que sofre, e virando o rosto aos que ainda não ouviram de Jesus. Assim, seremos cristãos de gabinete escrevendo sobre o que não experimentamos, ou cristãos pragmáticos fazendo o que é certo pelos motivos errados, sem amor.

Lutero, citado por Mahaney em seu livro “Glory do Glory”, afirma: “Esta vida, portanto, não é justiça, mas crescimento em justiça. Não é saúde, mas cura. Não é ser, mas se tornar. Não é descansar, mas exercitar. Ainda não somos o que seremos, mas estamos crescendo nesta direção. O processo ainda não está terminado, mas vai prosseguindo. Não é o final, mas é a estrada. Todas as coisas ainda não brilham em glória, mas todas as coisas vão sendo purificadas”.

Após pregar sobre os essenciais da nossa fé na Igreja Konkomba de Gana em 1999, um dos crentes me procurou após o culto perguntando: “Por onde devo começar?” Fui para casa pensando nesta pergunta. No dia seguinte o encontrei embaixo de uma árvore rodeado por amigos em alegre conversa. Sentei-me ao seu lado e sussurrei-lhe ao ouvido: “Comece procurando aquele com o qual você foi intolerante e não amou como Cristo”. Pensativo, ele se levantou e saiu caminhando a passos curtos e lentos. Santa caminhada. Nada fácil, mas alegra o coração daquele que é amor.

• Ronaldo Lidório, doutor em antropologia, é missionário da Agência Presbiteriana de Missões Transculturais e da Missão AMEM. É organizador de A Questão Indígena -- Uma Luta Desigual.

fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/316/o-amor-prova-a-espiritualidade-e-conduz-a-missao

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Diante do Senhor – O Religioso! (João 3:1-15)



Da Religiosidade Morta ao Novo nascimento em Cristo
por: Leonardo Felipe

Em algum momento da vida ficamos ou ficaremos, diante do Senhor!
Em algum dia ficamos ou ficaremos, frente a frente com o Senhor!
Em algum instante de nossa vida fomos levados ou procuramos a presença do Senhor!
Em algum lugar no passado ou no futuro nos encontraremos com o Senhor!
Esse momento, esse encontro, esse instante foi ou será decisivo, marcante e transformador em nossas vidas! Ou não!
Esse momento foi ou será um período curto ou longo onde nossas vidas são repassadas, revistas e avaliadas.
É nesse encontro que se inicia um processo de Transformação, Restauração e Regeneração.
A Bíblia toda apresenta vários momentos como esse e em especial os evangelhos (Exemplos: A Mulher Samaritana de João 4; O Endemoninhado de Marcos 5; O Publicano Zaque de Lucas 19; O Jovem Rico de Mateus 19). E todos esses casos estiveram diante do Senhor! Todos tomaram uma decisão. Seguir o Senhor? Ou Seguir suas vidas como queriam ou como o mundo oferecia?
Hoje vamos refletir sobre um desses encontros. O encontro de um Importante e reconhecido Religioso. Uma autoridade, um Fariseu renomado ficou Diante do Senhor. Seu nome era Nicodemos

Os Fariseus
Havia uma grande expectativa dos Judeus para o surgimento de um Messias que uniria a nação, formaria um exercito e libertaria Israel do Império romano. Os Judeus esperavam um Messias como Davi, um Governante e um Rei. Nesse contexto de exploração surge um grupo religioso em Israel entre os judeus, os Fariseus. Esse grupo acreditava e vivia com a convicção que poderiam e deveriam salvar a si mesmos ou alcançar o favor de Deus e suas bênçãos quando obedecessem perfeitamente à lei de Moisés e a série de regulamentos estabelecidos pelos homens. E Nicodemos pertencia a esse partido da salvação pelas obras.
Quando Jesus encontra Nicodemos ele estava provavelmente no primeiro ano dos três anos de seu ministério. Estava em Jerusalém para celebrar a festa da Páscoa. A fama e os boatos de Jesus já havia se espalhado pela sociedade judaica.

O Encontro “À Noite” (V.1-2)
Dizem que Nicodemos foi até Jesus nesse horário por ser um hipócrita e tinha más intenções, como outros Fariseus demonstraram ao longo do ministério de Jesus. Alguns afirmam que Nicodemos foi se encontrar com Jesus nesse horário para não ser visto.  Outros dizem que Nicodemos procurou Jesus nesse horário para encontrá-lo sozinho e assim ter mais tranquilidade no que queria conversar. Se olharmos com calma a narrativa completa de João (Ex.: Jo.7:50-51) veremos um Homem com um coração aberto. Um homem de coração sedento por um encontro com Deus. 
O Diálogo (V.3-11)
A partir desse momento se inicia um Diálogo entre Nicodemos e Jesus. Diante do Senhor o Religioso inicia uma conversa. Nicodemos inicia a conversa com muita formalidade e distância. Ele sozinho diante de Jesus fala: “Rabi, Sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus;...” primeiro ele esta sozinho, porque dizer “Sabemos”, parece àquelas orações feitas em público para demonstrar espiritualidade.
Hendriksen lembra que Nicodemos não faz nenhuma pergunta. No entanto, Jesus lhe responde, pois Jesus conseguia ler a pergunta que se encontrava profundamente sepultada no coração desse fariseu. V.3 “Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” Hendriksen salienta também que com base na resposta de Cristo, podemos seguramente presumir que a pergunta escondida no coração de Nicodemos era semelhante à que se encontra em Mateus 19:16 ("E eis que alguém, aproximando-se, lhe perguntou: Mestre, que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna?").
Durante o diálogo Nicodemos faz repetidamente a mesma pergunta: Como pode... nascer de novo? Pode nascer segunda vez? Como pode suceder isto? E Jesus faz a mesma afirmação mais duas vezes V.5 e V.7.
John Stott explica afirma que Jesus deve ter impressionado Nicodemos ao dizer-lhe que deveria nascer de novo. Mas, o que Jesus quis dizer? John Stott explica que obviamente Jesus não estava se referindo a um segundo nascimento físico ou a um ato de auto-reforma. Então como esse nascimento acontece?  De determinado ponto de vista, esse nascimento é inteiramente obra de Deus. Pois, ninguém jamais deu à luz a si mesmo. Portanto, o novo nascimento é um nascimento “do alto”, um nascimento “do Espírito Santo”. De nossa parte, no entanto, temos de nos arrepender e crer. Nicodemos não poderia evitar o batismo de arrependimento de João. Foi isso, que Jesus quis dizer com ser “nascido da água” (V.5). Nicodemos deveria então crer, colocando sua confiança em Jesus, o Messias, que era o Salvador de que necessitava.
O Discurso (V.12-15)
Em seguida Nicodemos faz um silêncio e Cristo inicia um discurso. Diante da insistente dúvida de Nicodemos, Cristo passa a explicar o que estava diante dos olhos do Fariseu.  Cristo volta ao Antigo Testamento no livro de Números capítulo 21 para explicar como alguém pode ser salvo e como podemos permanecer no Reino de Deus. Durante a jornada de Israel, do Monte Sinai até a planície de Moabe, o povo de Deus se rebelou novamente. O povo falava contra Deus e Moisés, dizendo: “Por que nos fizeram subir do Egito, para morrermos neste deserto, onde não há nem pão nem água?” Então Deus enviou serpentes venenosas no meio do povo, matando muitos. Quando o povo confessou seus pecados, Moisés orou por eles. “e Disse o Senhor a Moisés: Faça uma serpente abrasadora, ponha-a sobre uma haste, e será que todo mordido que a olhar viverá. Fez Moisés uma serpente de bronze e a pôs sobre uma haste; sendo alguém mordido por alguma serpente, se olhava para a serpente de bronze sarava” (Nm.21:8-9).
Hendriksen diz que as palavras de João 3:14: “Assim como Moisés... do mesmo modo deve o Filho do homem” abre espaço para fazermos alguns pontos de comparação:
1.    Em ambos os casos (Números 21 e João3), a morte é apresentada como uma punição pelo pecado.
2.    Em ambos os casos (Serpente de bronze levantada e Filho do homem levantado) é o próprio Deus, em sua graça soberana, que provê (nos dá) o remédio.
3.    Em ambos os casos, este remédio consiste de algo (Serpente) ou alguém (Filho do Homem) sendo levantado à vista do público.
4.    Em ambos os Casos, aqueles que, com um coração crente, olham para aquilo (ou Aquele) que foi levantado são curados.
Nesse discurso explicativo de Cristo o “Levantamento do Filho do Homem” (Ele mesmo) é apresentado com o único remédio possível para o pecado, pois somente dessa maneira as exigências da santidade e da justiça de Deus podem ser satisfeitas.  
Essa parte do discurso de Jesus termina com uma ressalva. Apesar de Cristo ser levantado diante de todos, Ele não salva a todos. No verso 15 Lemos, “para que todo o que Nele crê tenha a vida eterna.” Somente os que olharem para Cristo com humildade, arrependimento e fé, obtêm a vida eterna.



Algumas aplicações podem ser feitas a partir dessa passagem.
1ª Cristo recebe a todos com Amor
Cristo recebe a todos que o procura:
- Mesmo quando estamos com medo;
- Mesmo quando o buscamos escondido das outras pessoas;
- Mesmo quando estamos com vergonha;
- Mesmo quando estamos fugindo;
- Mesmo quando estamos desesperados;
- Mesmo quando estamos perdidos.
Cristo recebe a todos com Amor. Cristo fica diante de nós e nos traz (como disse Pedro) “Palavras de vida eterna!” Cristo fica diante de nós e nos traz refrigério para nossas almas feridas, cansadas e angustiadas. Cristo fica diante de nós e nos mostra, acima de tudo o caminho da salvação – que é Ele mesmo! Que é Crer e Confessar que Ele é nosso único e suficiente salvador! Portanto, nossa primeira aplicação é que precisamos sempre procurar o Rei dos Reis, o Cordeiro de Deus – Cristo Jesus e ali onde estivermos Diante do Senhor ouvi-lo, obedecê-lo, segui-lo e permanecer Nele.

2ª Só encontramos salvação, vida eterna e reino de Deus em Cristo.
Só encontramos Salvação, Vida Eterna e Reino de Deus quando nascemos de novo, quando nascemos da água e do Espírito Santo, quando nascemos do Alto. Ou seja, quando nos arrependemos e cremos em Jesus Cristo. Porém, precisamos ter cuidado e atenção para não vivermos um Cristianismo Fariseu. Da mesma forma que fomos alcançamos pela graça salvadora precisamos desenvolver essa nova vida na dependência do Senhor. Na obra da Salvação dependemos do Senhor. Na obra da Regeneração, Restauração e Santificação precisamos depender do Senhor. O Apóstolo Paulo em Efésios 4:22-24 e 30 fala da nossa responsabilidade nesse processo ("Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade. Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia da redenção." Ef.4:22-24 e 30). Depender do Senhor através da ação do Espírito Santo nesse processo de santificação e regeneração é algo crucial para conseguirmos êxito.

3ª Reavaliando e Recomeçando.
Assim como é necessário nascer de novo para a Salvação, em alguns momentos da nossa vida-caminhada precisaremos começar tudo de novo.
Recomeçar sua vida com sua família em outro lugar. Recomeçar uma relação familiar desfeita. Recomeçar uma atividade profissional. Recomeçar um ministério afundado/enterrado. Em qualquer uma dessas situações e em outras devemos ir até o Senhor e ouvir Dele o que é melhor, como agir, o que e quando fazer.

4ª Manter nosso foco – nossos olhos em Cristo.
Paulo em 1Corintios 4:2 diz:"...o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel." (1Co.4:2). A única forma de não cairmos nas tentações de Satanás, nas ofertas do mundo e na maldade e carnalidade de nossos corações e mantendo nosso foco em Cristo. Manter nossos olhos em Jesus Cristo. Não é uma prática religiosa que pode nos salvar desse mundo, das tentações diabólicas, e da nossa iniqüidade. Mas, é nossa dependência a Jesus e o sujeitar das nossas vidas a ação do Espírito Santo que pode nos levar para a vida eterna.

Para terminar quero contar uma história real:
Já havia se passado das 3 horas da tarde! E três homens estavam mortos. Condenados à morte, perderam a vida. Dois eram ladrões e o último um carpinteiro de Nazaré, o Messias esperado - Cristo Jesus, foi perseguido, preso e condenado por pregar o amor e a chegada do reino de Deus. Um Reino que não é físico e humano.
Depois de tudo isso, um discípulo de Jesus, José de Arimateia, pediu a autoridade responsável (Pilatos) que liberasse o corpo de Jesus. Pilatos dá a permissão.
E antes do anoitecer dois homens vão até aquele lugar, o monte caveira ou Gólgota (Calvário). José de Arimateia estava acompanhado de Nicodemos. Ele mesmo, Nicodemos que tinha ido conversar com Jesus de noite, aparece agora, em plena luz do dia, carregando uma mistura de mirra e aloés, que pesava cerca de trinta e cindo quilos. Eles pegaram o corpo de Jesus e, de acordo com a tradição judaica de sepultamento, envolveram-no em linho com as especiarias. Havia um Jardim perto do lugar onde ele havia sido crucificado, e no jardim, um sepulcro novo, no qual ninguém havia sido ainda sepultado. Então, o colocaram no sepulcro novo. Depois de três dias esse sepulcro ficaria vazio, pois a morte não poderia segurar Cristo Jesus. E hoje Ele está vivo.
Nicodemos não era mais um Fariseu renomado e importante. Ele havia nascido de novo. Nascido da água e do Espírito, Nascido do Alto. Era um Filho e um Discípulo do Rei dos Reis. Era um representante do Reino de Deus! (João 19:38-41)

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Para quem sai andando e chorando...



Uma palavra para os semeadores de hoje

por Ronaldo Lidório

Lendo a parábola do semeador e o Salmo 126 lembrei-me de muitos amigos e vários missionários. Veio forte a cena dos semeadores de hoje. Aqueles que falam de Jesus, visitam de casa em casa, servem o caído, cuidam do enfermo e enfrentam seus medos. Alguns andam a vida toda, aprendem línguas diferentes, estudam culturas distantes, escrevem projetos, sempre mais um lugar a chegar.

O Salmo 126 nos fala sobre a relação entre a caminhada e o choro. Quem sai andando e chorando enquanto semeia voltará para casa com alegria trazendo seus feixes, o fruto do trabalho. Para cumprirmos o ministério que Jesus nos confiou é necessário andar e chorar. E é certo que muitos fazem ambas as coisas. Tantas idas e vindas, caminhos incertos, a impressão de que há sempre mais um passo a dar, uma pessoa a evangelizar. E as lágrimas, que descem abundantes com a saudade que bate, a enfermidade que chega, o abraço que não chega, o fruto que não é visível, o coração que já amanhece apertado, o caminho que é longo demais.
 
Creio que temos andado e chorado. Mas voltaremos um dia, trazendo os frutos, apresentando ao Cordeiro e dando glória a Deus! Poderá ser amanhã, ou em algum momento ainda distante.  Mas ainda não é hora de voltar. É hora de seguir, andando e chorando, com alegria no coração e sabendo que não trocaríamos esta viagem por nenhuma outra na vida. O grande consolo e motivação é que não andamos sós. Ele está conosco. E maior é Aquele que está em nós. Portanto não desistimos, olhando sempre para o horizonte a frente e trazendo à memória o que pode nos dar esperança.

Guarde seu coração enquanto anda e chora. Não perca a alegria de viver e caminhar, nem a mansidão, nem a oração, ou o humor, ou o amor.
Não deixe de semear mesmo quando está difícil. Lance a semente em todas as terras. Uma há de germinar e talvez a mais improvável. A que menos promete. Não dê ouvidos aquele que diz que não vai acontecer porque a terra é árida, o sol é forte e o vento está chegando. Lance a semente.

Abrace o que também anda e chora que está ao seu lado. Ele talvez se sinta só e pense que é o único que chora enquanto caminha.

Andar e chorar é cumprir a missão. Se você tem feito isto, louve a Deus por esta oportunidade. É um grande privilégio. Um dia você voltará...

fonte: http://www.ronaldo.lidorio.com.br

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Nature Boy



Havia um menino

Havia um menino ...

Um menino muito estranho e encantado
Dizem que ele vagava muito longe, muito longe
Por terra e mar
Um pouco tímido e triste de olho
Mas muito sábio ele era
E, em seguida, no dia
Um dia mágico ele passou pelo meu caminho
E enquanto falávamos de muitas coisas
Tolos e reisIsso ele me disse

A maior coisa que você jamais vai aprender
É simplesmente amar e ser amado em troca ...

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Permanecer no Senhor!



Se eu permanecer no Senhor.
Mesmo que eu não tenha nada, terei tudo!

Se eu permanecer no Senhor.
Mesmo que eu perca tudo, terei o mais importante!

Se eu permanecer no Senhor.
Mesmo que tudo se vá, terei o que é essencial!

Se eu permanecer no Senhor.
Mesmo que tudo pareça sem solução, serei surpreendido!

Se eu permanecer no Senhor.
Terei apenas que Esperar e Caminhar.

por Leonardo Felipe

Acordei com isso na minha cabeça hoje!
para fechar uma música maravilhosa do PalavrAntiga.

Esperar e Caminha!